Popularmente chamada de anestesia, a Anestesiologia é uma atividade médica que reúne ciência, arte e conhecimento e que consiste em evitar a dor de um paciente que será submetido a uma intervenção cirúrgica.
Ela é fundamentada em técnica especializada, destreza manual, profissionalismo e profundo respeito pelo ser humano que existe em cada paciente.
Só um médico especializado na área e legalmente autorizado pode exercer a anestesiologia.
A administração de uma anestesia é um ato médico que só pode ser executado por um profissional registrado no Conselho Regional de Medicina.
O anestesiologista é um médico, formado pelas Faculdades de Medicina, reconhecidas e credenciadas pelo Ministério da Educação. Ele é treinado, através de cursos específicos, com muitas horas de aulas teóricas e práticas. A Sociedade Brasileira de Anestesiologia - através de programas e cursos de pós-graduação de 2 anos intensivos – gradua o Especialista em Anestesiologia, E.A.
Além do médico especializado, ele é seu amigo. Ele está capacitado a ouvi-lo e a esclarecer-lhe em tudo que você precisar e quiser saber.
Converse com ele, abertamente. Fale de suas dúvidas, peça orientação e siga seus conselhos.
COMO O PACIENTE DEVE SE PREPARAR PARA A ANESTESIA?
O anestesiologista faz parte de uma equipe que concentra as informações médicas a respeito do paciente.
É importante que o paciente e sua família conheçam o anestesiologista com antecedência. Há, ainda, a possibilidade de que o médico anestesiologista tenha seu consultório próprio.
De qualquer maneira, conte sua história ao anestesiologista: seus hábitos, questões médicas de saúde, medicamentos que você toma ou tomou, reações alérgicas a medicamentos e experiências anteriores com o uso de anestésicos. Não deixe de perguntar quais são os exames de laboratório necessários, horário de internação e jejum.
Não deixe de pedir esclarecimentos e orientação sobre o tipo de anestesia a que voçê deverá ser submetido. Isso lhe dará mais segurança e tranqüilidade.
Informe ao médico anestesiologista se você tem, ou já teve, doenças como asma, diabetes, hipertensão, insuficiência cardíaca ou infarto do miocárdio.
Raros são os medicamentos que precisam, temporariamente, ser suspensos, antes da cirurgia.
Quem decide isso é o médico anestesiologista!
Se o paciente usa alguma droga ilegal, como cocaína, crack, maconha, faz uso de estimulantes ou anabolizantes, ou ainda é portador de doença infecto-contagiosa, ele não deve deixar de falar com o anestesiologista sobre isso. Como médico, ele tem obrigação legal de guardar segredo profissional, não só sobre esse assunto, como sobre qualquer outro.
Quanto mais informação você der, melhor!
Com todas as informações a seu respeito, juntos, o anestesiologista e o cirurgião, terão melhores condições de realizar seus trabalhos com sucesso.
COMO É A VISITA DO ANESTESIOLOGISTA NO DIA DA CIRURGIA?
Os pacientes, na maioria, chegam ao hospital no dia da cirurgia, quando então refazem contato com o anestesiologista.
Se a operação foi marcada com antecedência, o anestesiologista já deve ter os resultados dos exames necessários, pedidos por ele mesmo ou pelo cirurgião.
Mesmo assim, antes da cirurgia, o anestesiologista fará uma avaliação geral do estado de saúde física e emocional do paciente.
É comum que ele repita perguntas já feitas pelo cirurgião.
O PACIENTE PODE ESCOLHER O TIPO DE ANESTESIA?
Quem decide é o anestesiologista, a partir das avaliações clínicas e médicas realizadas no paciente.
Ele explicará ao paciente, ou a alguém de sua família, o motivo de sua escolha.
O paciente poderá ser submetido a:
Anestesia Local: uso de anestésico local em área de abrangência maior em relação à região do corpo onde será realizada a cirurgia (ex.: raquianestesia para cirurgia de varizes).
Anestesia Geral: o paciente fica inconsciente. Pode ser aplicada por via intramuscular, endovenosa ou inalatória (através da respiração, o anestésico é inalado e entra no organismo pelos pulmões).
QUANDO O PACIENTE PODE FICAR ACORDADO OU NÃO?
Na anestesia local ou regional, o paciente pode ficar acordado ou não. Em cirurgias rápidas em pacientes calmos, não há necessidade de ficar inconsciente.
Em cirurgias mais longas ou em pacientes mais nervosos, é comum a utilização de sedação, ou seja, o paciente ficará dormindo durante a cirurgia.
QUANTO TEMPO DURA UMA ANESTESIA?
O tempo de duração de uma anestesia deverá ser proporcional ao tempo projetado para a intervenção cirúrgica.
O anestesiologista poderá manter a anestesia por quanto tempo for necessário, através da administração do anestésico, sem interrupção.
COMO É FEITO O CONTROLE DO PACIENTE PELO ANESTESIOLOGISTA?
O anestesiologista controla todas as funções vitais do paciente tais como:
1. Nível de consciência.
2. Pressão arterial, freqüência cardíaca, coloração da pele e de mucosas, volume sanguíneo circulante, níveis de oxigênio e gás carbônico no sangue.
3. Volume respiratório, freqüência respiratória, concentração do oxigênio nos pulmões.
4. Volume urinário.
5. Atividade muscular.
Também é função do anestesiologista diagnosticar e monitorar, constantemente, a situação do paciente durante a cirurgia, para que o cirurgião se ocupe, exclusivamente, em realizar a cirurgia.
DURANTE A ANESTESIA O ANESTESIOLOGISTA PODE SE AUSENTAR DA SALA?
Não se deve esquecer que a segurança do paciente está condicionada à permanente vigilância. Por isso, o médico anestesiologista não sai da sala durante uma cirurgia.
O anestesiologista é o responsável pela técnica da anestesia e, portanto, tem que controla-la, utilizando-se dos diferentes tipos de monitores e instrumentos que permitem constante avaliação clínica do paciente.
COMO É A VOLTA DO PACIENTE À CONSCIÊNCIA E À SENSIBILIDADE APÓS A ANESTESIA?
O anestesiologista deve observar o paciente até que tenham terminados todos os efeitos relacionados com a anestesia administrada.
Para isto, há um setor especial, onde a maioria dos pacientes permanece após a anestesia e a cirurgia – a Sala de Recuperação Pós-Anestésica (RPA) – onde o paciente será observado de maneira contínua.
SALA DE RECUPERAÇÃO É SINÔNIMO DE COMPLICAÇÃO?
Não. A sala de Recuperação permite que o paciente tenha sua pressão arterial, freqüência cardíaca, respiração e nível de consciência observada em intervalos regulares.
O tempo que o paciente fica na Sala de Recuperação Pós-Anestésica tem por finalidade observar a resposta da anestesia em relação ao tratamento instituído. Desta forma, é traçado um esquema eficaz para o combate a qualquer dor no pós-operatório.
Na Sala de Recuperação o paciente vai ficar até o médico verificar um quadro de total estabilidade de sua circulação, respiração, nível de consciência e regressão da anestesia.
Alguns pacientes, considerados graves ou submetidos a cirurgias complexas, podem passar pela Sala de Recuperação e ser encaminhados para os Centros de Tratamento Intensivo – CTI. O anestesiologista levará o paciente até o CTI onde uma equipe médica fará seu acompanhamento.
QUANDO O PACIENTE PODE SER LIBERADO PARA CASA SEM INTERNAÇÃO?
No caso de pós-operatório de paciente submetido a cirurgias ou procedimentos ambulatoriais, o paciente tem alta hospitalar com segurança, após permanecer na Sala de Recuperação por um período de observação. O paciente e seu acompanhante são instruídos em relação a sinais e sintomas que podem ocorrer no pós-operatório.
A indicação da realização de procedimentos ambulatoriais tem normas próprias, por isso, nem todas as operações podem ser programadas desta maneira.
Após a alta hospitalar, não deixe de consultar seu anestesiologista sobre quaisquer dúvida e ocorrências no seu pós-operatório e no período de recuperação. O anestesiologista sempre estará disposto a esclarecer suas dúvidas. Se precisar, não deixe de procurá-lo!